16 de agosto de 2017 - Umas das maiores causas de perda de biodiversidade no mundo é a invasão de espécies exóticas. Estima-se que, desde o ano de 1.600, 39% de todos os animais extintos foram dizimados por conta da invasão desses organismos em seu habitat natural. “Esses seres provocam um grande desequilíbrio nos ecossistemas, causando a extinção de espécies nativas, empobrecendo a fauna e a flora, além de gerar prejuízos à economia e oferecer riscos à saúde dos homens”, alerta o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
De acordo com o Biólogo, quando introduzidas em um novo habitat, acidentalmente ou intencionalmente, elas não encontram competidores e predadores. “Isso facilita a sua ocupação e dispersão, principalmente em ambientes já degradados”, explica Puorto. “E uma área só pode ser regenerada se os invasores forem retirados a tempo. Depois que o problema se instala e alcança grandes proporções, é muito difícil reverter”, completa. Calcula-se que até hoje mais de 480 mil espécies exóticas já foram introduzidas em diferentes ecossistemas no mundo, sendo que de 20% a 30% eram pragas que causaram sérios danos ao meio ambiente.
Um caso clássico de desastre desse tipo aconteceu na década de 1980 no Brasil. O caramujo gigante africano foi trazido ao país para ser uma iguaria vendida a preço mais baixo que o escargot francês. Como não caiu no gosto do consumidor nos restaurantes, os criadores se livraram dos moluscos, soltando-os em qualquer lugar. O caramujo africano, que pode colocar até 200 ovos por vez, rapidamente se espalhou pelo país, causando danos a plantações e transmitindo doenças.
Mas, um importante avanço do Governo Federal em relação à conservação da biodiversidade ocorreu em 2013, com a aprovação da Resolução CONABIO, que dispõe sobre as Metas Nacionais de Biodiversidade para 2020. Esta resolução internaliza as Metas Globais de Biodiversidade definidas pela Convenção de Diversidade Biológica. Destaca-se a inclusão de uma meta específica para o tema de espécies exóticas invasoras, que prega o seguinte: “até 2020, a Estratégia Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras deverá estar totalmente implementada, com participação e comprometimento dos estados e com a formulação de uma Política Nacional, garantindo o diagnóstico continuado e atualizado das espécies e a efetividade dos Planos de Ação de Prevenção, Contenção e Controle”.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01