27 de março de 2018 - Registros de casos de leishmaniose cada vez mais próximos da capital paulista estão acendendo o sinal de alerta entre especialistas e também no poder público. De acordo com dados da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 30% dos municípios já registraram casos de leishmaniose visceral, sua variedade mais perigosa, chegando a 2.800 ocorrências nos últimos 22 anos, com 242 mortes. “Cerca de 90% dos óbitos ocorrem pela demora em perceber os sintomas da doença e pelo atraso no início do tratamento. Por outro lado, 70% das pessoas picadas pelo mosquito transmissor não chegam a desenvolver a doença”, diz o Biólogo Horácio Teles, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
Ele diz que para evitar a doença, assim como ocorre com a dengue e a febre amarela, a melhor prevenção é manter os locais livres de condições que favoreçam a proliferação do vetor, o mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis). “O trabalho consiste na limpeza de espaços que possam oferecer riscos de surgimento do mosquito, principalmente por meio de manejo ambiental. Ou seja, fazendo poda de árvores, arbustos e gramados, como também eliminar toda matéria orgânica do solo e da vegetação em quintais, jardins, praças, parques públicos ou em terrenos baldios”, explica o Biólogo, que defende que apesar do avanço de casos de doenças a caminho da capital, não há razões para a população entrar em pânico. “Não há motivos para tanto, basta apenas seguir os cuidados recomendados”, completa.
Vítimas comuns do mosquito-palha, os cães também devem se tornar alvo de atenção. “Os cães funcionam como reservatórios do parasita, portanto, quanto maior o número de animais infectados, maiores os riscos da infecção humana”, comenta Teles. Por conta disso, o Ministério da Saúde recomenda que os animais sejam sacrificados. Mas o Biólogo explica que é possível proteger os animais contra a picada do mosquito-palha. “Os donos dos cachorros podem se valer de coleiras impregnadas de deltametrina 4%, que serve como repelente contra o inseto. Mas é necessário que o cachorro faça uso ininterrupto do objeto e que este seja trocado pelo menos a cada quatro meses”, recomenda o membro do CRBio-01.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01