Um dos responsáveis por catalogar mais de 22 mil espécies de plantas da flora brasileira, Carl Friedrich Philipp von Martius nasceu há exatos 230 anos. O dia de nascimento dele, 17 de abril, é celebrado desde 1994 no Brasil como o Dia Nacional da Botânica.
Von Martius fez parte da comitiva da Imperatriz Leopoldina, primeira esposa de Dom Pedro I, e desembarcou no país em 1817. Trabalhando com dezenas de especialistas alemães (como ele) e austríacos (como a imperatriz), von Martius coordenou a elaboração da Flora Brasiliensis, obra que catalogou nada menos que 22.767 espécies de plantas brasileiras até então desconhecidas.
Esteve no Brasil no período entre 1817 e 1820. Nesse tempo, acompanhado do zoólogo Johann Baptiste von Spix, viajou por territórios que hoje fazem parte das regiões Norte, Nordeste e Sudeste para elaborar o trabalho histórico, que garantiu a descrição de todas as espécies de plantas brasileiras conhecidas até o início do século XX.
A Resolução 227/2010 do CFBio regulamenta o trabalho de Biólogos e Biólogas no país e especifica vários nichos de atuação no campo da Botânica, tais como a pesquisa científica; a gestão de jardins botânicos; o inventário, manejo e produção de espécies da flora nativa e exótica; e o inventário, manejo e conservação da vegetação e da flora, entre outros.
Além de Von Martius, existem muitos outros nomes de destaque na botânica. O trabalho de Lineu (em sueco, Carl Nilsson Linnæus) na popularização da nomenclatura binomial criada por Gaspard Bauhin e seu trabalho de classificação científica lhe renderam o apelido de “pai da taxonomia moderna”.
Frederico Carlos Hoehne foi um dos primeiros cientistas brasileiros a empreender estudos sistemáticos, abrangentes e de longa duração sobre a flora nativa. Estudou a flora brasileira e criou coleções de espécies que serviram de base de estudos de outros cientistas, além de ter atuação ampla em institutos de pesquisa e organizações científicas de sua época.
Berta Lange de Morretes teve uma longa carreira como pesquisadora e professora da Universidade de São Paulo, tendo participado da construção do Instituto de Biociências da universidade. Foram mais de 70 anos de atuação, durante os quais se tornou especialista em anatomia vegetal e desenvolveu pesquisas nas áreas de morfologia, anatomia foliar e cerrado. O CRBio-01 homenageia a Bióloga com o Prêmio Berta Lange de Morretes, que premia os melhores trabalhos apresentados durante o ConBio, evento bienal do Conselho.
Carlos Eduardo de Mattos Bicudo é pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Ecologia do Instituto de Botânica da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Especializado em taxonomia de algas de águas continentais, principalmente as desmídias e em ecologia de fitoplâncton de reservatórios, é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Botânica do Brasil e da Sociedade Brasileira de Limnologia.
Lúcia Garcez Lohmann é pesquisadora e professora do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo. Mestre e doutora em Ecologia, Evolução e Sistemática, Lúcia se especializou no estudo da família Bignoniaceae, que abrange árvores, arbustos e lianas, incluindo espécies como o jacarandá e o ipê. Também é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Sociedade Botânica do Brasil.
Neste 17 de abril, o CRBio-01 parabeniza os botânicos e botânicas e celebra o trabalho de revelar ao mundo detalhes sobre as plantas que fazem parte do nosso dia a dia.
(Publicado em 17 de abril de 2024)