10 de Outubro de 2016 – Uma pesquisa realizada pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, acaba de mensurar o impacto sobre a biodiversidade do solo e a transformação de áreas de floresta em pastagens e de pastagens em canaviais. A conclusão é que esse impacto é devastador para a macrofauna original do solo. Dados apontam que 90% da macrofauna – formada por cupins, formigas, minhocas, besouros, aranhas e escorpiões – desaparece por completo.
Para verificar como isso acontece os pesquisadores retiraram amostras de blocos de solo na forma de cubos com 30 centímetros de profundidade. Quando a mata nativa é convertida em pasto, todos os predadores do topo do solo, como as aranhas e os escorpiões, desaparecem e na ausência desses predadores as populações de cupins e minhocas aumentam 9 e 14 vezes mais, respectivamente.
Por outro lado, quando o pasto é convertido em canavial as populações de cupins e minhocas também são eliminadas em decorrência da correção química do solo. O solo nativo é ligeiramente ácido e os invertebrados e microrganismos estão adaptados para viver num ambiente de leve acidez. Como a cana precisa de um solo mais alcalino, a agroindústria introduz quantidades maciças de calcário – além de fertilizantes, herbicidas e pesticidas.
O resultado da correção química do solo e, posteriormente, da adubação química é a eliminação quase completa de toda a sua biodiversidade. Os poucos animais e microrganismos que poderiam se adaptar a um solo levemente alcalino são eliminados pelos agrotóxicos. Isso mostra que 90% da macrofauna do solo desaparece e 40% de grupos animais são perdidos.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01