Biologia em pauta

Butantan desenvolve soro para tratamento da COVID-19

soro

O Instituto Butantan pediu autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início de testes clínicos com soro para tratamento da COVID-19.

O soro é composto de anticorpos que reconhecem diferentes partes das proteínas virais. O produto pode amenizar os riscos associados à Covid em pacientes submetidos a transplantes e com o sistema imune comprometido, por exemplo pelo tratamento de câncer e doenças autoimunes.

Mediante a aprovação da Anvisa, o Butantan começará um estudo clínico com pacientes no Hospital do Rim e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O Butantan desenvolveu o soro em apenas cinco meses e já produziu 3 mil unidades para os testes com pacientes. Outras 3 mil unidades estão prontas para serem envasadas na fábrica do instituto, que tem capacidade para produção do soro em larga escala.

A equipe de pesquisadores, liderada por Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora de inovação do Butantan, obteve o soro a partir da inoculação em cavalos do vírus inteiro.

Quando recebem o vírus, os animais produzem anticorpos para combatê-lo. O plasma sanguíneo, repleto dessas proteínas, é então extraído e passa por diferentes processamentos, purificação e controle de qualidade. O produto final contém apenas anticorpos policlonais, que reconhecem proteínas presentes no vírus e, assim, podem impedir que ele se replique no organismo.

Ana Marisa Chudzinski-Tavassi acredita que os anticorpos policlonais são eficazes também contra as novas variantes do Coronavírus. O soro age sobre diferentes proteínas e, por isso, tem potencial para reconhecer as variantes.

Nos experimentos, os pesquisadores infectaram hamsters com o vírus. Dois dias depois, quando já apresentavam sintomas da doença, os animais foram tratados com uma única dose do soro. Os resultados revelaram diminuição da carga viral nos pulmões, modulação da resposta inflamatória e preservação das estruturas pulmonares nos animais tratados.

O Butantan produz soros há 120 anos. O portfólio do Instituto conta com soros contra venenos de serpentes e artrópodes, difteria, tétano, botulismo e vírus da raiva.

(Fonte: Agência Fapesp)

(Publicado em 10 de março de 2021)

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