Biologia em pauta

No Dia Mundial das Zonas Úmidas, CRBio-01 alerta para destruição do Pantanal

pantanal

Em 2 de fevereiro, Dia Mundial das Zonas Úmidas, o Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), cuja jurisdição engloba os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, chama a atenção para a destruição do Pantanal, maior área úmida continental do planeta.

A data é celebrada no dia da assinatura da Convenção de Ramsar, grande tratado internacional pactuado em 1971 nessa cidade no Irã, que nasceu com o objetivo de defender os habitats aquáticos. O Brasil aderiu ao tratado em 1996 por meio do decreto nº 1.905.

Áreas úmidas são ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas. Essas áreas, que incluem pântanos, charcos, pauis, sapais e turfas, são fundamentais para a vida na Terra e acolhem diversas espécies da fauna e flora.

O Dia Mundial das Zonas Úmidas tem como objetivo estimular a realização, por governos, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos, de ações e atividades que chamem a atenção da sociedade para a proteção desses biomas. Uma dessas iniciativas é o webinar Semana das Áreas Úmidas, nos dias 2 e 3 de fevereiro, que reúne especialistas do Brasil, Bolívia e Paraguai, os três países que abrigam o Pantanal. O webinar pode ser assistido através do Facebook Live do Observatório Pantanal (fb.com/observatoriopantanal).

O Biólogo José Milton Longo, responsável pela delegacia do CRBio-01 em Campo Grande (MS), ressalta a riqueza da flora e fauna do Pantanal. A alma do bioma é a sincronização das estações de seca e cheia. As chuvas nas cabeceiras do Rio Paraguai fazem com que ele transborde e alague a região do Pantanal, onde se formam lagoas (ou baias). Essas lagoas são berçários de peixes, que atraem aves aquáticas e diversos predadores.

“Estive recentemente na parte sul do Pantanal. O Rio Paraguai está baixo. Se não chover nas cabeceiras em fevereiro, não vamos ter água a contento para alimentar o sistema, o que vai interferir em toda cadeia alimentar,” previne Milton Longo.

O Biólogo teme a repetição, na estação de seca em meados deste ano, da tragédia ocorrida no ano passado, quando os incêndios consumiram cerca de 30% da vegetação nativa e mataram um grande número de animais. Mais do que as oscilações climáticas, Milton Longo preocupa-se com a ação humana: “Eu defendo que os governos estaduais façam uma moratória de autorizações para as chamadas queimas controladas, que muitas vezes fogem do controle. Precisamos trabalhar na educação, conscientização dos produtores rurais, de que há alternativas para as queimadas”, argumenta o Biólogo.

(Publicado em 02 de fevereiro de 2021)

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