Biologia em pauta

Reinfecção pelo novo coronavírus reforça necessidade de cuidados

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Casos de reinfecção pelo novo coronavírus reforçam a necessidade de cuidados, uma vez que não se sabe por quanto tempo dura a imunidade à Covid-19 depois que o indivíduo for infectado.

No último dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção pela Covid-19 no Brasil. Segundo o Ministério, a paciente contraiu a doença primeiramente em junho e, novamente, em outubro.

Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde também confirmou o primeiro caso de reinfecção no estado, no dia 16 de dezembro. Conforme a pasta, a paciente é de Fernandópolis (SP) e contraiu o vírus em um intervalo de 145 dias entre os dois diagnósticos.

A Bióloga da Secretaria Municipal de Saúde Ana Paula de Arruda Geraldes Kataoka, doutora em Microbiologia, conselheira do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) e coordenadora da Comissão de Saúde do CRBio-01, explica que os contaminados adquirem proteção, mas sem durabilidade definida.

“Vários trabalhos têm demonstrado que pessoas infectadas pelo vírus desenvolvem imunidade e alguns apontam que a produção de anticorpos cai após três a quatro meses, porém ainda não se sabe o tempo de duração desta imunidade”, esclarece a Bióloga.

Os dois principais fatores conhecidos que podem causar reinfecção de Covid-19 são justamente a queda da imunidade ao decorrer do tempo e as mutações genéticas do vírus.

Para avaliar se a reinfecção ocorreu devido às mutações do vírus, a realização do sequenciamento genético do Sars-CoV-2, do primeiro e segundo diagnóstico, é necessária. “Assim, será possível verificar que se tratam de duas linhagens distintas do vírus e concluir, com base nos dados epidemiológicos do caso, que se trata de reinfecção”, acrescenta a doutora.

A taxa dos casos de reinfecção é bastante baixa até o momento, então não é possível afirmar que a recorrência da doença acontece de forma mais leve e moderada, por conta da falta de informações sobre a segunda infecção. “De maneira geral, a quantidade de vírus a que a pessoa foi exposta está relacionada à resposta imunológica do indivíduo e à gravidade dos sintomas”, pontua Kataoka.

Todos profissionais da área também buscam responder se as vacinas conferem imunidade para diferentes mutações do vírus. “A Covid-19 é uma doença recente e apesar de todo avanço científico que acompanhamos diariamente temos ainda muitas lacunas a preencher. Os estudos com as vacinas possuem pouco tempo de acompanhamento, portanto ainda não temos como saber se elas irão induzir imunidade duradoura ou se haverá a necessidade de ser aplicada mais de uma vez como a vacina da gripe”, completa a Bióloga.

Enquanto algumas respostas ainda faltam, a orientação é para que todos continuem adotando as medidas preventivas, como distanciamento físico e social, uso de máscaras e higiene das mãos.

(Publicado em 22 de dezembro de 2020)

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