Biologia em pauta

Evento celebra trajetória de Chico Mendes

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Se estivesse vivo, o seringueiro, sindicalista e ambientalista brasileiro Chico Mendes completaria 76 anos, nessa terça-feira, 15 de dezembro. A 31ª edição da Semana Chico Mendes, evento com debates, palestras, homenagens e shows que acontece de 15 a 22 de dezembro, tem como objetivo manter vivo o legado do ambientalista e discutir temas atuais sobre a sociobiodiversidade do planeta.

Chico Mendes é uma referência nacional na proteção do meio ambiente e o ambientalista brasileiro de maior renome internacional. Ele recebeu o prêmio Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos EUA. Em 2007, o governo federal criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, que é responsável por propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as unidades de conservação federais.

Francisco Alves Mendes Filho começou no ofício de seringueiro ainda criança no Estado do Acre, quando percorria com o pai a floresta para extrair látex das seringueiras. Ele cresceu na pobreza e presenciou a exploração dos trabalhadores pelos donos dos seringais. Presenciou também o crescente processo de desmatamento da Floresta Amazônica para a abertura de pasto para a pecuária, que colocava em risco a atividade econômica dos seringueiros.

A partir dos anos 70, Chico Mendes consolidou-se como principal líder dos seringueiros no Acre e passou a organizar a resistência ao desmatamento. Os trabalhadores tentavam impedir a destruição da floresta com manifestações pacíficas conhecidas como “empate”, na qual os seringueiros protegiam as árvores com seus próprios corpos.

Sob sua liderança, o movimento dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. Chico Mendes então construiu uma aliança com indígenas, castanheiros, pescadores, quebradeiras de coco e populações ribeirinhas pela criação de reservas extrativistas na Amazônia.

Nos anos 80, Chico Mendes denunciou para ONU, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Senado dos EUA financiamentos internacionais a projetos que provocavam a destruição da Amazônia, o que provocou a ira de políticos, empresários e fazendeiros locais.

Ao longo do ano de 1988, Chico Mendes participou da implantação das primeiras reservas extrativistas no Acre. Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, do grileiro Darly Alves da Silva, intensificaram-se as ameaças de morte contra o ambientalista. Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta na porta dos fundos de sua casa por Darci Alves, que cumpria ordens de seu pai, Darly Alves.

A 31ª edição da Semana Chico Mendes termina na mesma data em que o ambientalista foi morto, 22 de dezembro. O evento será transmitido pelo canal do YouTube do Mídia Ninja, além do facebook das páginas do Comitê Chico Mendes, Casa Ninja Amazônia, WWF Brasil e Xapuri Socioambiental. Outras informações sobre a programação estão no Instagram @chicomendescomite e na página do Facebook Comitê Chico Mendes.

(Publicado em 15 de dezembro de 2020)

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