05 de novembro de 2018 - Uma árvore de grande porte caiu na Avenida 23 de Maio, interditando a passagem de carros durante boa parte do dia em uma das principais vias da capital paulista, no fim do mês de outubro. No último final de semana, uma forte ventania que atingiu a capital também derrubou algumas árvores. Ocorrências como essas têm se tornado cada vez mais frequentes na cidade. Dados dão conta de que o número de árvores caídas durante todo o ano de 2017 chegou a 4.000, o dobro da quantidade registrada cinco anos antes. Com a proximidade do verão, e das tempestades típicas da estação, aumentam as chances de novas ocorrências se repetirem na cidade.
“É preciso urgentemente rever o Plano de Arborização Pública, especialmente o que diz respeito à identificação e prevenção ao risco de queda de árvores, realizar um trabalho de monitoramento mais eficiente”, alerta o arquiteto e urbanista José Roberto Geraldine Junior, presidente do CAU/SP – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. Ele ressalta a importância de uma cidade do tamanho de São Paulo em conservar sua Floresta Urbana. “Entre os benefícios que o verde traz para as cidades estão conforto térmico, manutenção da qualidade do ar, controle da poluição sonora e o gerenciamento das águas das chuvas, já que a própria vegetação diminui os riscos de enxurradas e de erosão”, enumera.
Entre os principais motivos para o enfraquecimento das árvores nas grandes metrópoles estão a falta de espaço para o crescimento das plantas, podas mal feitas – em muitos casos por quem não é habilitado para isso, e também a infestação de cupins e fungos, além da escolha da espécie arbórea, muitas vezes, não ter sido a mais adequada. “É preciso levar em consideração que nos grandes centros urbanos as árvores estão sujeitas a condições diferentes daquelas presentes em ambiente natural”, explica o presidente do CAU/SP. Entre alguns cuidados está garantir uma área permeável, que ofereça espaço para o desenvolvimento radicular das árvores, e correta infiltração de água e aeração do solo.
Para a Bióloga Iracema Helena Schoenlein-Crusius, pesquisadora científica do Instituto de Botânica (SMA) e membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS), o principal trabalho para evitar a queda de árvores deve ser o preventivo. “É preciso se antecipar às causas dos eventos que podem provocar problemas como os registrados nos últimos anos, e cuidar delas enquanto são saudáveis. Isso deve ser feito por quem realmente entende, por profissionais capacitados”, diz. Para ela, o que se nota, hoje, é que no passado ocorreram muitos erros no planejamento para o plantio de árvores na cidade.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01