5,6 e 7 JUNHO 2019

das 08h às 19h

Univ. Federal da Grande Dourados

Univ. Estadual de Mato Grosso do Sul

24º Congresso de Biólogos do CRBio-01 (24º ConBio)

A Biologia, por compreender o estudo e conhecimento da vida nas suas mais diversas formas de manifestação e relação, se renova constantemente. O profissional Biólogo tem participação ativa nesse processo, contribuindo com os avanços científicos e tecnológicos nas diversas áreas das Ciências Biológicas, na aplicação desse conhecimento em benefício da conservação do meio ambiente, das ações em saúde, em biotecnologia e educação, em sintonia com as expectativas da sociedade.

O CRBio-01, autarquia federal de orientação, fiscalização e valorização do Biólogo, com jurisdição nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tem adotado ações com o objetivo de difundir o conhecimento, buscar o aprimoramento profissional em ações de educação continuada e avaliar as áreas de atuação do Biólogo na contemporaneidade. Com esse objetivo vem realizando atividades como Cursos de Atualização, Concursos, Simpósios e, bianualmente, o Congresso de Biólogos do CRBio-01 (ConBio).

Este ano, o 24º Congresso de Biólogos do CRBio-01 (24º ConBio), com o Tema “Áreas de atuação profissional e o Biólogo empresário”, será realizado na cidade de Dourados (MS), na Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD) e na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no período de 5 a 7 de junho de 2019, e terá em sua programação Conferências, Painéis, Minicursos e a tradicional apresentação de Trabalhos Científicos enfocando temas diversos das Ciências Biológicas, concorrentes ao “Prêmio Drª. Berta Lange de Morretes”.

Sejam bem-vindos!

O PRÊMIO

O Prêmio Dra. Berta Lange de Morrretes contempla os melhores trabalhos científicos por graduandos e pós-graduandos, enfocando temas diversos das Ciências Biológicas e áreas afins.

Para concorrer, é necessário se inscrever para o evento e cada autor poderá apresentar um único trabalho, podendo ser co-autor de outros. As inscrições com trabalho serão aceitas somente até o dia 20 de maio de 2019.

Os trabalhos inscritos serão avaliados por uma Comissão Julgadora designada pela Diretoria do CRBio-01 e os vencedores receberão como prêmio R$ 1.500,00 (1º colocado), R$ 1.000,00 (2º colocado) e R$ 500,00 (3º colocado).

Os certificados e os prêmios aos vencedores serão entregues em uma cerimônia realizada durante a Sessão de Encerramento do 24º ConBio, no dia 7 de junho de 2019.

Para mais informações: Clique aqui

Para mais informações do 5º Concurso de Fotografia: Clique aqui

agenda

05/06

06/06

07/06

8h

RECEPÇÃO DOS PARTICIPANTES

9h

Conferência 1

Inovar e empreender são os desafios do Biólogo na atualidade

Wagner Cotroni Valenti, Agência UNESP de Inovação, São Paulo-SP

As universidades, faculdades e os profissionais que elas formam tem papel fundamental para o desenvolvimento da sociedade e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Esses profissionais recebem uma qualificação para prestar os serviços necessários para os diversos segmentos sociais e são remunerados por eles. Essa remuneração está baseada nas leis de oferta e procura, ou seja, as pessoas pagam por um serviço de acordo com a necessidade que têm (ou pensam ter) desse serviço e da disponibilidade do mesmo. Essa situação também é influenciada pelas políticas adotadas pelo poder público, que pode criar necessidades inexistentes, tornar obrigatórios serviços pouco relevantes ou não reconhecer como tal serviços que são essenciais.

Assim, terá lugar no mercado de trabalho quem consegue entregar o que as pessoas querem comprar. Para isso, é necessário haver uma constante adaptação das instituições de ensino às rápidas mudanças que ocorrem na sociedade atual. Infelizmente não é isso o que se observa e temos a formação de um enorme contingente de profissionais desconectados da realidade. A situação é bastante agravada nos cursos de Ciências Biológicas porque geralmente os currículos remontam de muitas décadas passadas e ainda predomina a ideia de formar professores e pesquisadores com conhecimento de biologia básica. Assim, os profissionais precisam lutar para conseguir superar essas deficiências.

Além desse processo, observa-se uma mudança significativa nas relações de trabalho com a redução do número de empregos formais, forçando os jovens a transformarem-se em prestadores de serviços ao invés de empregados. No Brasil, houve uma grande expansão do ensino superior e da pós-graduação nas últimas décadas, sobretudo nos cursos de biologia, que tiveram um crescimento muito acima da real necessidade. Está mais do que evidente que não haverá vagas para contratar todos os graduados, mestres e doutores formados. Portanto, alternativas precisam ser buscadas por esses profissionais. Surge então a necessidade de inovar e empreender, ou seja, de usar seus conhecimentos para gerar produtos ou serviços que a sociedade precisa e quer pagar para tê-los, bem como, gerar estratégias para levar esses produtos ou serviços para quem quer pagar.

Portanto, estamos vivenciando um período em que a ciência e a formação de pessoal precisam renovar seus paradigmas. É necessário não somente ter profissionais com sólidos conhecimentos biológicos, mas com capacidade de inovar e empreender. Essa adaptação é necessária para ocupar espaços no mercado de trabalho, atendendo às novas necessidades da sociedade e a nova realidade em que cada um deve gerar seu próprio “emprego”.

10h

Coffee Break

10h30

Painel 1

Atuação do Biólogo como empresário

O Biólogo empresário

José Carlos Chaves dos Santos, FibraCon Consultoria Perícias e Projetos Ambientais Ltda, Campo Grande-MS

A Biologia como todas as outras profissões dependem da escolha da sua especialidade ou área de trabalho, da sua capacidade de fazer um bom trabalho. Se tudo isso estiver pareado com as necessidades do futuro então terá grande chance de se tornar um profissional ou empresário de sucesso.

O mercado de trabalho tem se expandido para áreas inimagináveis há poucos anos atrás, tanto na área da saúde, como na área de diagnósticos ambientais, na espacialização das informações biológicas. Hoje, especificamente na área ambiental, trabalhamos para atender demandas legais, elaborando estudos de impacto e programas ambientais diversos, com intuito de atender ao cliente e a sociedade.

A posição do profissional no mercado depende do seu perfil. É comum ter núcleos diversos de pessoas com habilidades semelhantes, destacando na concorrência, cada vez mais ampla, somente os Biólogos mais hábeis em conquistar o mercado.

Na área da consultoria ambiental, os Biólogos capazes de realizar um bom trabalho de campo, analisar os dados e escrever bons relatórios têm mais facilidade de se colocar no mercado. As empresas que primam em realizar um bom trabalho, geralmente são reconhecidas no mercado como as mais eficientes e éticas.

Empreender?

Geraldo G.J.Eysink, Faagroh-UNIFAJ/HC2 e HCEnergy, Holambra-SP

Empreender? Significa sonhar, acreditar, criar ou aproveitar uma oportunidade, compartilhar ideias, ações e resultados, liberdade, ter uma meta (propósito) claro na vida, estar comprometido, buscar a competência e, principalmente, ser feliz, itens esses que não tem relacionamento com ganância a qualquer custo.

Sonhar é o começo mas, independente do projeto, precisa acreditar, sair da zona de conforto, aumentar a sua labilidade, perceber diferentes situações e transforma-las em oportunidades sendo crucial saber (e vivenciar) que não se faz nada sozinho. Compartilhar é difícil pois significa desprendimento e confiar em outros, porém dividir é somar.

Ser empreendedor é ter liberdade de escolha e acreditar nos novos desafios que deixarão você e as pessoas envolvidas, felizes e orgulhosos principalmente porque o mundo se beneficiará, afinal, contribuir para um mundo melhor é a essência da vida.

Para os biólogos as oportunidades de empreendimentos são infinitas.

Suponha que o projeto de vida é conciliar o desenvolvimento e a preservação da biodiversidade.

Uma alternativa é abrir uma empresa de gestão ambiental com a missão de recuperar ecossistemas degradados. Estará em busca de viveiros e acaba abrindo uma empresa para produção de mudas. Se for manguezal, o negócio é fazer uma parceria com pescadores com o benefício da volta dos peixes que garantem a sua sub existência. Se a ideia for recuperar matas ciliares, inclui-se o reflorestamento comercial, negocia-se o carbono (Tratado de Kyoto) e explora-se a madeira. Na manutenção do bosque plantado, para controlar das gramíneas, opcional aos produtos químicos (contaminantes) é o silvo pastoril. Em vez de vender a madeira para usinas termoelétricas (aquecimento global), inicia-se uma fábrica de móveis.

E assim, a questão do aquecimento global entra na sua meta de vida. Uma alternativa é a energia fotovoltaica (CO2 evitado) e, visando diminuir o aquecimento das placas solares o interessante coloca-las em cima da água o que te inspira a desenvolver flutuadores que serão colocados em cima de tanques redes. Iniciando-se assim um projeto de engorda de peixes.

Percebe-se que a grande questão é a lacuna de profissionais competentes o que te “obriga” a implantar um projeto educacional enfatizando o tecnólogo ou cursos de especializações.

Mas, também deve-se ressaltar pancadas que a vida te dá, superar obstáculos, falta de dinheiro, conhecimento, tecnologia e desilusões, principalmente com as pessoas com as quais você trabalha e compartilha os seus sonhos, às vezes durante anos e te dão uma rasteira.

Independente do projeto (sonho), o que interessa é estar aberto ao novo e perceber as oportunidades e realiza-las com satisfação. Soma-se a isso a questão de saber lidar com pessoas e aguçar o seu faro econômico, senão, não será um projeto sustentável no seu significado holístico ou seja: sustentabilidade sócio-ambiental e econômico.

O que realmente importa na realização de um ou vários sonhos, independente de ser ou não empreendedor/empresário ou fazer parte de uma equipe, é buscar ser feliz.

Atuação do biólogo como empresário

Edison de Souza, Brasmicel, Suzano-SP

Como biólogo fui contratado, em 1984 pelo Instituto de Botânica do Estado de São Paulo para trabalhar no Departamento de Micologia, com fungos comestíveis, pois já estava em andamento um projeto de implantação de um Centro de Pesquisas em Cogumelos Comestíveis (CEPECC), na cidade de Mogi das Cruzes - SP. Poucos meses de estudos, algumas práticas e visitas a alguns produtores, foram suficientes para entender que se tratava de um organismo que cresce muito rápido, transforma resíduos em alimento de muito boa qualidade, alto valor agregado e um bom exemplo de cultivo ecologicamente correto. Embora o consumo per capta em nosso País fosse muito baixo (30 gramas per capita) naquela época (o consumo aumentou em seis vezes nos últimos anos, mas ainda é considerado muito baixo), na época já se enxergava grandes possibilidades de negócios.

Com a inauguração do CEPECC e um convívio de sete anos com os produtores da região, fomos entendendo os problemas e limitações que existiam em seus processos, que impactavam em tão baixas produtividades. Assim, buscamos soluções para esses problemas e ganhando experiência.

Com isso iniciamos a participação em inúmeros projetos de implantação e expansão de cultivos de portes pequenos, médios e grandes. Muitas consultas para elucidações e soluções de problemas produtivos por todo País. Constituímos a Brasmicel, a 21 anos, com o objetivo de implantar uma produção de micélios de cogumelos comestíveis e medicinais.A nossa empresa de pequeno porte, mas bem eficiente economicamente. Tivemos a oportunidade de visitar 16 países sempre em função dos cogumelos, realizo palestras em congressos, simpósios e cursos em diversas instituições.

A cada dia que passa vejo uma maior dificuldade na renovação do quadro de pesquisadores das instituições governamentais, e estes, exigindo mais e mais responsabilidades por parte da iniciativa privada. Enxergo nessa situação um caminho sem volta. Por isso é preciso trocar o desejo por um cargo público que “gera tranquilidade e segurança” do salário garantido, pelo afã de conquistar um salário que pode ser muitas vezes maior do que o comentado acima e se sentir lisonjeado por consegui-lo com seu próprio esforço e trabalho realizando um sonho ser “dono seu próprio nariz”. Como diz Confúcio: “Escolha um trabalho que você ame, e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”.

A atuação como empresário, independe da área em que o mesmo irá atuar. Entre outros atributos os mais importantes são: Conhecer e dominar uma boa técnica e ser empreendedor. Por ser uma “ciência mãe”, os campos de atuação dentro da biologia para atender as necessidades humanas e ambientais são quase infinitas. Entretanto é fundamental focar a atenção em um campo específico para exercer sua expertise funcional. Isso faz parte de conhecer e dominar uma boa técnica.

Sobre o segundo atributo, para muitos biólogos é o mais difícil, que é desenvolver um perfil empreendedor, se não tê-lo adquirido de forma inata, pode-se aprender essas características desde que se tenha talento para perceber o que falta em seu rol de atributos e ir busca-las com garra junto a pessoas mais experientes. É preciso ter coragem, ser persistente e principalmente acreditar em seu potencial. Não menos importante são as oportunidades, que muitas vezes aparecem de repente sem querer. Se isso não ocorre espontaneamente devem ser criadas. Elaborar um bom plano de negócio o mais real e conservador possível. E se jogar nesse universo do trabalho solo que é tão incrível.

12h30

Almoço

14h30

Painel 2

Abordando a atuação do Biólogo como Responsável Técnico - Controle de Vetores e Pragas Sinantrópicas

A Atividade de Controle de Vetores e Pragas Sinantópicas

Sérgio dos Santos Bocalini, APRAG, São Paulo-SP

No Brasil assim como em outros países o índice populacional de habitantes tem aumentado de forma exponencial, consequentemente os problemas também se apresentam em números preocupantes, principalmente quando relacionados a saúde pública e meio ambiente. Neste panorama a presença de vetores e pragas sinantrópicas contribuem para que diversos agravos a saúde humana e animal, bem como prejuízos econômicos e ambientais se tornem cada vez mais presentes não somente em áreas urbanas, mas também em ambientes em que a presença humana é constante.

Frente aos problemas gerados por esta fauna sinantrópica nociva, a busca por ações efetivas de controle se torna cada vez mais necessária. Diante desta realidade o setor tanto público quanto privado, tem se revelado uma área de interesse para o desenvolvimento e crescimento profissional do biólogo.

Os números revelam o crescimento econômico do setor mesmo em momentos de crise, porém há de se observar que o sucesso da atividade somente será obtido com resultados pautados em ações de trabalhos que atendam a real necessidade da sociedade do ponto de vista de saúde, sem gerar agressões ambientais.

A importância da capacitação e atualização técnica

André Luís Fernandes, TECPRAG, Campinas-SP

Manter-se informado e capacitado é uma atitude importante para o Responsável Técnico que atua numa Empresa de Controle de Vetores e de Pragas urbanas. Os estudos da biologia na graduação, fornecem a base para que o biólogo possa se encontrar, no universo das variadas áreas de atuação que a biologia está presente e, a partir desse ponto o profissional em biologia pode se capacitar e atuar, iniciando sua carreira profissional, que por si só já agrega uma quantidade gigantesca de tarefas e responsabilidades.

Com o passar do tempo esse profissional, emprenhado em seus trabalhos diários, em suas responsabilidades, somado a rotina dos anos, pode acabar deixando de fazer as atualizações em sua área, resultando num confinamento profissional. O que proponho com minha apresentação é salientar a necessidade de se capacitar mas, principalmente de se atualizar dentro da atividade pois, os anos passam e tudo se renova, independentemente da idade ou do tempo de trabalho a atualização e o conhecimento de novas técnicas, produtos, conceitos, mercado, etc. é primordial para que se mantenha o nível satisfatório do trabalho que se realiza.

Fábio Moreira da Costa, Sinantrópicos Ambiental, São Paulo, SP

16h30

Coffee Break

17h

Apresentação de Trabalhos Científicos

19h

Sessão de Abertura e Apresentação da Orquestra da UFGD

8h

Conferência 2

Saúde e evolução humana: velhos e novos desafios

Horácio Manuel Santana Teles, SUCEN, São Paulo, SP

A evolução da humanidade esteve sempre intrinsicamente associada ao desenvolvimento dos conhecimentos biológicos destinados ao controle das doenças.

No início, a sobrevivência da espécie humana dependeu do sucesso na busca de abrigo, na capacidade da obtenção dos alimentos e de proteção da prole. Embora os indícios da ocorrência de doenças no passado sejam escassos, a inexistência de registros fósseis de idosos sugere que a expectativa de vida no passado era baixa. Especula-se que a expectativa de vida no Período Paleolítico e Neolítico não superasse os 30 anos. A inexistência de registros fósseis nessas épocas sugere que o homem não padecesse das doenças degenerativas nesses tempos. Dadas as condições da vida na época, é provável que as principais causas de morte do homem decorriam da fome, de acidentes e das adversidades climáticas. A vida nas cavernas garantia a proteção contra as intempéries e, posteriormente, o domínio do fogo, a fabricação das ferramentas e o desenvolvimento das técnicas agrícolas foram fundamentais para a melhoria das condições de vida, a ocupação de novos espaços e redução dos efeitos limitantes da fome. O acúmulo gradual de conhecimentos agrícolas possibilitou a passagem da vida nômade a citadina.

Entretanto, se de um lado as cidades produziram melhores condições de subsistência, de outro, incrementaram os riscos da transmissão e aquisição das doenças, tanto das de transmissão direta, como das veiculadas pelo solo, pela água e pelos vetores biológicos. Assim, cresceu o volume dos casos da peste negra, da varíola, da cólera, entre outras, ceifando a vida de milhares de milhões de indivíduos. A peste matou mais de 50 milhões; a varíola, mais de 300 milhões. A incidência dessas doenças tem quase sempre como pano de fundo a insalubridade das cidades.

O desenvolvimento científico e tecnológico no campo das ciências biológicas com a produção de medicamentos, vacinas e outros elementos profiláticos, mais a com a melhoria das condições do saneamento ambiental, foram decisivos para o crescimento da expectativa de vida. Na atualidade, a expectativa de vida já supera os 70 anos em muitos países, invertendo as prioridades para os cuidados com as doenças degenerativas, mais prevalentes quanto maiores as expectativas de vida.

Nessas circunstâncias surgiram novos desafios que extrapolam a busca de cuidados e medicamentos para o prolongamento da vida com a manutenção da capacidade de trabalho e a dignidade. O surgimento de novas e o ressurgimento das velhas doenças coloca a necessidade da produção de métodos de diagnóstico rápido, de novos tratamentos, de estudos que indiquem os caminhos para a redução da degradação ambiental e, sobretudo, de novas vacinas e substâncias que garantam a imunidade das pessoas frente aos patógenos.

Se na pré-história, a velhice era um fardo para os necessários deslocamentos em busca de abrigo e alimentos, o envelhecimento da humanidade será um forte obstáculo à continuidade da evolução da espécie. Assim, em algum momento, sem catastrofismos, será fundamental a discussão dos problemas resultantes dessa situação.

9h

Conferência 3

O Biólogo na Medicina Personalizada - Genômica Clínica

Euclides Matheucci Jr, UFSCar/DNA Consult Genética e Biotecnologia Ltda, São Carlos- SP

Desde a publicação do primeiro rascunho do genoma humano em abril de 2003 vem crescendo a importância do sequenciamento do DNA para finalidades de prevenção, diagnóstico e prognóstico para a saúde humana. Todos os meses são publicados centenas de artigos com novidades na área. As aplicações do sequenciamento do genoma e exoma (todos os éxons do genoma) são de grande impacto na saúde humana, podendo inclusive, modular o mercado de maneira profunda.

A interpretação de dados genômicos e elaboração de laudos dependem de conhecimentos sólidos em genética, bioquímica, fisiologia e outras disciplinas “básicas” que sustentam os cursos de Ciências Biológicas.

Como Professor de Pós-Graduação e também Diretor de laboratório privado, nesta conferência pretendo apresentar o estado da arte da Medicina Personalizada, suas implicações com o sistema de saúde público e privado, Agência Nacional de Saúde, atendimento aos pedidos médicos e pacientes, tecnologias, bioinformática, interpretação e elaboração de laudos e o papel relevante dos Biólogos no mercado e academia.

10h

Coffee Break

10h30

Painel 3

Atuação do Biólogo na área da Saúde

Condicionantes das doenças reemergentes ou negligenciadas

Horácio Manuel Santana Teles, SUCEN, São Paulo-SP

A história da saúde pública brasileira mostra a presença de diversas doenças desde a época colonial. Muitas dessas doenças prevalecem até o presente, enquanto outras reemergiram mais recentemente, principalmente em razão da deterioração ambiental, ocupação descontrolada do solo, más condições de moradia, com disseminação vinculada ao incremento da mobilidade e dos deslocamentos humanos. Alguns exemplos são a dengue e outros agravos virais, como a febre amarela, chicungunya e zika.

Em passado recente as doenças mereceram a classificação de rurais e urbanas, principalmente considerando os meios onde eram mais prevalentes. Entre as doenças rurais destacavam-se as leishmanioses, a esquistossomose, a doença de Chagas, a malária, sempre ultrapassando os milhões de casos. Dentre as doenças urbanas, as mais comuns eram as verminoses intestinais, a caxumba, a poliomielite, a tuberculose, entre outras, incidentes em grandes parcelas da população.

Os dados coligidos na atualidade demonstram a mudança de padrões da transmissibilidade das doenças infecciosas, indicando a aproximação dos patógenos então silvestres dos ambientes urbanas, bem como o aparecimento de casos predominantemente urbanos, nos ambientes silvestres e agrícolas. Não são raros os registros de casos urbanos de leishmaniose. Também parece considerável o risco da urbanização da febre amarela, até então mais restrita aos ambientes silvestres.

A análise da situação mostra uma clara relação com a deterioração do ambiente, a possível adaptação dos vetores às distintas condições ambientais, além das crônicas deficiências do atendimento às demandas da saúde pública, devido a permanência políticas equivocadas de controle e vigilância. Diante dessas circunstâncias, o sucesso do controle das doenças na atualidade exige a adoção de novos paradigmas programáticos, que passa obrigatoriamente pela formação de profissionais capacitados e especializados.

Ambientes de atuação do Biólogos na Saúde Pública

Manoel Andrés Leguizamon, FUNASA, Campo Grande-MS

O Biólogo em si, deve ter um comprometimento e familiarização com os problemas inerentes as perspectivas condicionantes/determinantes do stress ambiental.

Como profissionais da área, nisso está se dizendo de todos que estão ligados a grande área biológica temos de ser resilientes e praticar a resiliência contra novos riscos e apreender novas áreas/business/oportunidades e de ação rápida.

O reenquadramento da forma de pensar sobre questões ambientais, sociais e de governança dos profissionais da área ambiental devem buscar ações que tenham governabilidade, sustentabilidade, integralizadoras e multi-institucionais para a operacionalização dos componentes socioambientais e sanitários sob a perspectiva condicionante/determinante dos mecanismos envolvidos nos ambientes de suporte antrópico.

Três em quatro dos postos de trabalho em todo o mundo são dependentes da água. Este é o incrível fator-chave delineado pelo relatório de desenvolvimento da água mundial das Nações Unidas de 2016 "água e emprego", apresentado em 22 de março de 2016. (http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/environment/water/wwap/wwdr/2016-water-andjobs/#everythingisconnected#ourmission #hydroaid #worldwidewaterweek #2019worldwaterday #leavingnoonebehind #Water4All #UNWater #waterforallworkers).

Atuação do Biólogo na Área de Saúde

Eliane Borges de Almeida, HRMS-FUNSAU, Campo Grande, MS)

O exercício da profissão de Biólogo foi reconhecido no Brasil em 03 de setembro de 1979, podendo este sem prejuízo exercer mesmas atividades por outros profissionais igualmente habilitados. De acordo com o art 2º da lei nº 6.684, de 03/09/1979, o Biólogo poderá:

I - formular e elaborar estudo, projeto ou pesquisa científica básica e aplicada, nos vários setores da Biologia ou a ela ligados, bem como os que se relacionem à preservação, saneamento e melhoramento do meio ambiente, executando direta ou indiretamente as atividades resultantes desses trabalhos;

II - orientar, dirigir, assessorar e prestar consultoria a empresas, fundações, sociedades e associações de classe, entidades autárquicas, privadas ou do Poder Público, no âmbito de sua especialidade;

III - realizar perícias, emitir e assinar laudos técnicos e pareceres, de acordo com o currículo efetivamente realizado.

Das múltiplas atividades e funções exercidas pelo biólogo, a norma (lei, resolução, etc.) conferiu ao biólogo a possibilidade de atuar na área de saúde, é o que se pode observar da Resolução CFBio n. 10, de 05 de julho de 2003, que ao tratar das áreas e subáreas de conhecimento do Biólogo, destaca no art. 5º a atuação em saúde. Analisando o artigo, há extensa área de atuação, desde Aconselhamento Genético, Análises Citogenéticas e Análises Clínicas, como também na Perícia e Biologia Forense, Saneamento e Saúde Pública, Terapia Gênica e Celular; Treinamento e ensino na Área de Saúde.

Mesmo diante de todo o respaldo legal, na prática o Biólogo, ainda hoje necessita lutar com afinco para conquistar seu espaço no mercado de trabalho na Área de Saúde, principalmente na Região Centro-oeste, onde a maioria dos acadêmicos opta pela área de Ciências Ambientais, o que é de certa forma compreensível diante da riqueza de material disponível. Porém, existem aqueles que entram para o curso de Ciências Biológicas conscientes de que a Área de Saúde também está inserida em sua grade curricular e assim, norteiam sua vida acadêmica dedicando-se às disciplinas de maior interesse, realizando projetos de iniciação científica e estágios na área de sua escolha.

Em Mato Grosso do Sul, a Área de Análises Clínicas é quase que exclusivamente preenchida por Farmacêuticos Bioquímicos, tal fato se constata ao analisar os editais de concursos públicos principalmente os municipais e estaduais. Em laboratórios privados, onde a maioria dos proprietários são Farmacêuticos Bioquímicos praticamente não há abertura para Biólogos. Recentemente, presenciamos a demissão de um Biólogo, pois ao ter sido vendido o laboratório onde o referido colega trabalhava a empresa que assumiu o estabelecimento tinha como requisito não ter Biólogos em seu quadro de analistas clínicos.

Cumpre ressaltar que para sobreviver no mercado de trabalho como analista clínico o Biólogo tem que superar os demais profissionais que também podem atuar na área, temos visto que entre aqueles que sobreviveram a esta “seleção” estão os que saíram do Estado de Mato Grosso do Sul e retornaram com seus títulos de mestrado e doutorado, o que de certa forma torna os questionamentos quanto as suas habilidades irrelevantes.

Porém, aos poucos temos visto pequenos avanços, alguns passos que futuramente podem mudar este quadro em nossa Região, como por exemplo, o programa de Residência Multiprofissional do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que desde 2012 abre vagas para Biólogos, Biomédicos e Farmacêuticos Bioquímicos na Área de Análises Clínicas, sendo importante destacar que duas Biólogas fizeram parte do programa, ambas passando em primeiro lugar.

Podemos e devemos lutar junto ao nosso Conselho de Biologia (CRBio-1) para que mais Biólogos possam atuar na Área de Saúde, especificamente como analistas clínicos, concorrendo às vagas de concursos públicos, colocando de lado esta paupérrima questão de “reserva de mercado” que nos acomete, lançando mãos para isso, da prática do multiprofissionalismo que enriquece a vivência clínica e favorece nossos pacientes.

12h30

Almoço

14h

Minicursos

Minicursos 1 a 7 (simultâneos)

MC 1 - Biologia Forense na Era da Genômica

Euclides Matheucci Jr, UFSCar, DNA Consult Genética e Biotecnologia Ltda, São Carlos- SP

A evolução das tecnologias aplicadas à Biologia Forense, principalmente no que diz respeito ao sequenciamento de DNA em larga escala, vêm agregando informações relevantes para a identificação forense.

Neste Minicurso pretendo mostrar a evolução das tecnologias utilizadas na área forense, desde as metodologias de coleta de amostras, extração de DNA, análise do DNA através de “Southern Blot”, PCR, Eletroforese em gel de Agarose e Poliacrilamida, Eletroforese Capilar até o Sequenciamento NGS (Next Generation Sequence). Deveremos discutir também, aspectos legais da atuação do Biólogo na área forense e o relacionamento com advogados, promotores, juízes, desembargadores e também os clientes.

Além disso, apresentarei vários casos forenses resolvidos em meu laboratório ao longo dos últimos vinte anos.

MC 2 – Licenciamento Ambiental em Mato Grosso do Sul

José Milton Longo, FibraCon Consultoria Perícias e Projetos Ambientais Ltda, Campo Grande-MS

Licenciamento Ambiental: conceitos básicos e esferas de competência federal, estadual e municipal. Art 225 CF; Resolução CONAMA 237/97; Lei Federal 6938/81 (Ibama, Secretarias estaduais e municipais de meio ambiente).

Legislação norteadora para licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente poluidores. Resolução CONAMA 237/97; Manuais de Licenciamento Estaduais e municipais.

Etapas e tipos de licença: Carta Consulta; AA; CA; DA; LP; LI; LO; LIO e renovações.

A importância do Termo de Referência bem elaborado para subsidiar os estudos ambientais.

Tipos de estudos ambientais elementares e o papel do Biólogo nos processos de licenciamento ambiental.: Proposta Técnica Ambiental (PTA), Relatório Ambiental Simplificado, Relatório de Controle Ambiental (RCA), Estudo Ambiental Preliminar (EAP), Relatório Ambiental Simplificado (RAS), Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima).

Competências e habilidades do Biólogo na coordenação de equipe e estudos ambientais pertinentes ao licenciamento. A ART como como instrumento legal do exercício profissional.

MC 3 – Gerenciamento de Risco de Fauna em Aeródromos

Tiago Porto Aranha (Aeroporto de Viracopos, Campinas-SP)

A presença de animais em aeródromos é incompatível com os princípios de segurança de voo. As colisões entre aeronaves e fauna (especialmente aves) podem causar danos severos, prejuízos econômicos e até mesmo acidentes aeronáuticos. Torna-se evidente, portanto, a importância do correto gerenciamento do risco da fauna em aeródromos. Neste contexto, o objetivo do presente minicurso é apresentar a atuação do profissional biólogo no setor da aviação, considerando suas atribuições e responsabilidades técnicas. Serão abordados os seguintes temas: Introdução e legislação aplicável; identificação dos perigos no aeródromo e seu entorno; realização de monitoramentos e censos operacionais; compilação de estatísticas, indicadores e avaliação de risco; elaboração do programa de gerenciamento do risco da fauna; execução de procedimentos e de ações de manejo diretas e indiretas para redução dos riscos.

MC 4 – Controle Biológico de Pragas com Fungos Entomopatógenos

Elitamara Morsoletto, Biocontrol Sistema de Controle Biológico Ltda, Sertãozinho-SP

    1. Identificação de dois principais fungos comercializados para controle biológico de pragas;
    2. Principais pragas controladas pelos fungos entomopatógenos e formas de aplicação;
    3. Etapas de produção de fungos;
    4. Armazenamento de fungos;
    5. Controle de qualidade.

MC 5 – Anotação de Responsabilidade Técnica, Termo de Responsabilidade Técnica: instrumentos de garantia da atuação do Biólogo

Lia Matelli Garcia, CRBio-01, São Paulo-SP

O referido minicurso tem por objetivo orientar profissionais e estudantes de Ciências Biológicas sobre os documentos disponíveis para atuação do Biólogo, sendo eles a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e o Termo de Responsabilidade Técnica (TRT), sanando possíveis dúvidas existentes sobre o tema. O assunto será tratado destacando-se as áreas de atuação do profissional Biólogo, os conceitos, os procedimentos, as diferenças e a importância da ART, do TRT e da Certidão de Acervo Técnico, contextualizando o conteúdo com as Resoluções do Conselho Federal de Biologia, buscando abordagem tanto teórica quanto prática.

MC6 – Instrumentos de Comunicação para Biologia

José Sabino (UNIDERP, Campo Grande-MS)

Os múltiplos ambientes contemporâneos são balizados pela convergência de mídias e interatividade. Nesse contexto, produções multimídia assumem papel essencial à compreensão e comunicação da Ciências Biológicas, em especial àquelas focadas em história natural. O minicurso irá tratar dos conceitos e práticas de produção multimídia para as Ciências Naturais, desde a fase conceitual de planejamento e elaboração de conteúdo até a fase operacional de produção, finalização e exibição pública. Design de conteúdo, linguagem e adequação ao público alvo. Interatividade e multiplataformas. Multimídia e espaços de ensino-não formais.

MC 7 – Serpentes: Divulgação científica – Um desafio!

Giuseppe Puorto, Instituto Butantã, São Paulo-SP

As serpentes são um dos animais mais envolvidos em mitos, lendas e crendices populares que alimentam o folclore e as falsas ideias sobre elas. São perseguidas e mortas indiscriminadamente. Esses mitos prejudicam as ações de primeiros socorros, quando necessário, geram polêmicas e interpretações erradas de seus comportamentos naturais. Nos últimos anos houve aumento de serpentes incluídas na lista de animais ameaçados! Neste minicurso abordaremos: epidemiologia dos acidentes no Brasil; definição de venenosos e peçonhentos; função do veneno; importância dos animais venenosos; biodiversidade brasileira, distribuição geográfica; ação dos venenos, prevenção de acidentes e primeiros socorros; conservação de serpentes; apresentação de ações que desenvolvemos para práticas de educação ambiental e divulgação com serpentes.

18h

Apresentação de Trabalhos Científicos

8h

Conferência 4

Inovação Tecnológica em um Instituto de Pesquisa do Estado de São Paulo

Ana Eugênia de Carvalho Campos, Instituto Biológico, São Paulo-SP

Em setembro de 2017 o Governo do Estado de são Paulo publicou o Decreto 62817 que regulamenta as parcerias entre instituições de pesquisa do Estado de São Paulo com empresas para a realização de pesquisa voltada à inovação. A legislação possibilita que as Instituição de Ciência e Tecnologia (ICTs) façam parcerias com segurança jurídica e estimule os pesquisadores no desenvolvimento de novos processos e produtos. Após quase dois anos desta publicação, muito foi feito. Na conferência serão discutidas as ações em rede de um rol de ICTs da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, com ênfase no Instituto Biológico (IB). Também será discutido como a pesquisa desenvolvida está chegando no consumidor, por meio da transferência de tecnologias geradas na Instituição.

9h

Conferência 5

O Biólogo na geração de valor para a sociedade: Conhecimento & Negócio

Sérgio dos Santos Tutui, FUNDEPAG, São Paulo-SP

Se, a cerca de 12 mil anos, no Neolítico, a revolução agrícola de forma “descontinuada” transformou a humanidade, fornecendo as bases de nossa sociedade atual, como a especialização e divisão do trabalho e o conceito da propriedade privada, foi na revolução industrial que a vida nas cidades se tornou mais importante que a vida no campo e estimulou pensadores e inventores a aperfeiçoar a indústria, surgindo novas tecnologias (locomotivas a vapor, telégrafo, luz elétrica, etc). No atual momento histórico estamos vivenciando a revolução da economia do conhecimento, vista como o mais recente estágio de desenvolvimento da estrutura econômica global, marcada pela necessidade constante de novos produtos e processos que se desenvolvem principalmente a partir da comunidade de pesquisa (isto é, fatores de P&D, universidades, laboratórios, institutos educacionais). Considerando que a definição da OCDE para inovação “é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”, percebemos que nesse contexto inovação é algo muito maior do que novas tecnologias, mas é a proposição de algo novo que agrega valor à organização e à sociedade. É importante entender que o “novo” se refere a algo não existente no contexto aplicado e não a algo inexistente. Assim, uma organização que adquire uma tecnologia já existente no mercado e altera significativamente seus produtos ou processos, está praticando inovação. Deixar claro esses conceitos, é fundamental para que o Biólogo tenha o correto entendimento de seu posicionamento nessa mudança de paradigma econômico. Afinal, entender o biólogo no contexto da economia do conhecimento, quando tratamos dos “ramos” tecnológicos da biologia – bioengenharia, biomedicina, bioinformática, etc. é fácil. No entanto, o importante é entender que o Biólogo também gera valor de diversas outras formas, como na gestão ambiental, desenvolvendo novos processos de governança e ou novos modelos de negócios para organizações privadas ou comunidades tradicionais, ou criando novas formas, técnicas e procedimentos no ensino e divulgação dos conceitos biológicos.

10h

Coffee Break

10h30

Painel 4

Atuação do Biólogo na área de Biotecnologia e Produção

O Biólogo diante da Biotecnologia, produção e inovação

Eleni Gomes, UNESP, São José do Rio Preto-SP

Conforme a própria definição usualmente atribuída à carreira "biologia é uma profissão voltada para o estudo das diferentes formas de vida, sua origem, evolução, estrutura e funcionamento, das relações entre os seres vivos, organismos e o meio ambiente" já exclui a tecnologia e inovação com áreas importantes de atuação dos profissionais biólogos.

Embora a Resolução nº 227/2010, de 18 de agosto de 2010, que dispõe sobre a regulamentação das Atividades Profissionais e das Áreas de Atuação do Biólogo, em "Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde e, Biotecnologia e Produção", há uma mistura confusa sobre o que é linha de pesquisa, técnicas e área real de atuação profissional. Por exemplo, a biodegradação, bioética, bioprospecção, cultura de células e tecidos, melhoramento genético, entre outras, são linhas de pesquisa ou técnicas e não áreas de atuação de fato como a engenharia genética, bioengenharia, gestão da qualidade, perícia, biologia forense.

Há que se definir e especificar mais claramente as áreas de profissionalização do biólogo, assim como, prepará-lo para ocupá-las. Apesar dessas possibilidades não acadêmicas para atuação profissional serem previstas, os curriculos acadêmicos não incluem formação para nessas áreas. Em tempos de inovação tecnológica, a biotecnologia é um campo vasto no qual Biólogo pode atuar, principalmente por sua formação ampla no contexto das ciências biológicas, porém, a formação acadêmica dos mesmos continua sendo a mesma da primeira metade do século XX.

Novas propostas de curriculuns com inclusão de atividades formadoras mais direcionadas, estágios fora das universidades e diretamente vinculados ao setor produtivo, trabalhos de graduação com participação de profissionais do setor produtivo e com propostas de solução de problemas específicos, poderiam abrir possibilidades de mercado e trabalho para os biólogos e oferecer alternativa àquelas existentes até o momento que é ensino, carreira acadêmica ou de pesquisador no setor publico.

Biotecnologia e Produção – a ponte entre o meio Acadêmico e Industrial

Giselle de Carvalho, Instituto SENAI de Inovação em Biomassa, Três Lagoas-MS

Atualmente, o Brasil se enquadra numa posição mundial intermediária em relação à pesquisa e desenvolvimento científico. Apesar de ter um número considerável de publicações, esse conhecimento ainda é pouco aplicado na indústria e mercado. Percebe-se uma evidente distância entre as duas pontas - universidade e indústria - e o país figura como um grande exportador de matéria prima, sem agregação de valor aos nossos produtos.

Um exemplo de movimentação que visou mudanças nesse cenário, foi a implementação de uma rede de Institutos de pesquisa e inovação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que tem como missão alavancar a indústria brasileira, aumentando sua produtividade e competitividade, atuando na ponte entre a academia e a indústria, por meio do desenvolvimento da pesquisa aplicada.

Diante de diversas demandas da indústria brasileira, a biotecnologia industrial se integra como um dos vetores mais promissores dentro do contexto global da bioeconomia, uma vez que o país detém grande potencial para se tornar líder nesse contexto. Para isso, o Brasil precisa investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação de ponta, para garantir a competitividade da produção ao longo dos próximos anos.

Abordando a atuação do Biólogo na produção de cervejas artesanais (especiais)

Luis Henrique Poleto Angeloni, Smart & Luis poleto Consultoria em Processos Fermentativos, Piracicaba-SP

A Biotecnologia explora processos celulares e biomoleculares para desenvolver tecnologias e produtos que ajudam a melhorar a vida e saúde das pessoas. Quando falamos sobre o que é biotecnologia clássica, nos referimos ao uso de microrganismos como agentes fermentadores para a produção de queijos, pães, cervejas e vinhos. Atualmente, os avanços da Biotecnologia geram benefícios em diversas áreas, como saúde, meio ambiente, agricultura e infraestrutura, entre outros. Com a evolução dos conhecimentos sobre genética, microbiologia e biologia molecular, a biotecnologia também avançou. Especificamente o uso da biotecnologia na área de cervejarias vem se modernizando, seja no uso de leveduras GM visando produzir cervejas cada vez mais complexas e no uso de enzimas cada vez mais eficientes em reações bioquímicas.

12h30

Almoço

14h30

Conferência 6

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS EM TEMPOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Vera Mattos Machado, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

As pesquisas educacionais no Brasil, realizadas ao longo dos últimos 20 anos, demonstram a necessidade de uma formação docente de qualidade para melhorar os índices de ensino e de aprendizagem no Ensino Básico, com mudança na forma tradicional de se desenvolver esse processo.

No que se refere à formação docente inicial, nos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas, é quase unânime que deva ser ancorada em bases teóricas e epistemológicas sólidas, bem como, em experiências práticas significativas relacionando teoria e prática, especialmente durante o desenvolvimento do Estágio Supervisionado, conforme propõe a Resolução Nº2 de 2015, que defini as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação inicial em nível superior.

As mudanças ocorridas emergiram de proposições legais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394/96, que deliberou uma carga horária mais consubstancial de contato do acadêmico com o campo de estágio (no mínimo 400h), instituída pelo Conselho Nacional de Educação – CNE/CEP nº 1/2002, e demais leis e resoluções que possibilitaram que a LDB fosse efetivamente instituída.

Seguindo o contexto das políticas públicas atuais, a partir de 2015, uma nova diretriz curricular para o ensino básico foi proposta: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A partir da publicação deste documento, novos direcionamentos para formação docente inicial serão necessários, pois a BNCC apresenta diferente proposição com relação aos conteúdos a serem desenvolvidos no Ensino Fundamental (Ciências) e Ensino Médio (Biologia). Sendo, portanto, imprescindível (re) discutir o papel da universidade frente à formação inicial de professores na área das Ciências Biológicas.

A BNCC de Ciências da Natureza apresenta a necessidade de integração das áreas de Biologia, Química e Física, e a da Biologia apresenta-se fragmentada. Ambas se ressentem da falta dos temas transversais (Meio Ambiente, Sexualidade, Saúde), tão importantes para a formação cidadã dos alunos do Ensino Básico.

15h30

Painel 5

A BNCC e a formação crítica de alunos e professores no contexto atual

Educação Científica na Sociedade da Comunicação

Fabiano Antunes (Universidade Federal da Grande Dourados)

A Base Nacional Comum Curricular, aprovada em dezembro de 2018, é um documento que prevê as aprendizagens pretendidas para toda educação básica, organizadas em competências e habilidades. Dentre as 10 competências gerais pretendidas, é esperado que o estudante seja competente em argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis para formular, negocia7r e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Em uma sociedade em que o fluxo de informações é marcado por uma mudança na forma como estas são produzidas e comunicadas em redes sociais virtuais, é fundamental que o Biólogo Professor forme estudantes capazes de verificar a confiabilidade de uma informação, tendo em vista o impacto causado por notícias falsas (fake news) no mundo atual. Além disso, é importante que o educando compreenda e saiba utilizar as tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica. Tais aprendizagens fazem parte de um ser humano cientificamente alfabetizado e preparado para o exercício da cidadania.

Reflexos da Base Nacional Comum da Formação de Professores nos cursos de formação inicial e continuada

Mirian Xavier (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)

Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), iniciam-se também as discussões acerca da formação de professores que atenda esse novo cenário. O documento intitulado, Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica, parte da premissa de que a qualificação docente é um dos principais fatores que influencia na qualidade da Educação e propõe uma formação tendo por base o princípio da competência. Diante desse contexto, faz-se necessário discutir sobre a concepção que orientará a implantação e avaliação dos currículos, assim como os reflexos que a Base Nacional de Formação Docente terá nos cursos de graduação de formação docente inicial e continuada.

A organização do trabalho didático e a BNCC: alguns apontamentos para o debate

João Mianutti (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)

A perspectiva teórica que orienta as reflexões que serão esboçadas nesta mesa redonda, que tem como foco a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tem o trabalho como uma categoria fundamental. Trata-se de um traço essencial para definição do gênero humano, pois é pelo trabalho que este transforma o mundo e também se transforma no processo. No intento de entender o trabalho realizado no âmbito das instituições de educação formal, Alves (2001) recupera clássicos da educação, dentro os quais destaca-se a obra Didática magna de Comenius, para desvelar as origens da escola moderna. No processo de investigação elabora a categoria teórico metodológica organização do trabalho didático. Para o referido autor, a escola, ainda hoje, está presa a uma forma de organização do trabalho que foi pensada à época da manufatura, e se revela anacrônica. Nesta perspectiva, pretende-se fazer uma incursão pela BNCC para refletir se essa proposta pressupõe colocar em movimento uma forma de organização do trabalho didático que incorpore todas as possibilidades que a sociedade produziu até o momento.

17h15

ENTREGA DO PRÊMIO DRª. BERTHA LANGE DE MORRETES

Na Região

lOCAL

Univ. Estadual de Mato Grosso do Sul / Univ. Federal da Grande Dourados

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